Leia o que ela escreveu e tambem um resumão explicando sobre a Paralisia Cerebral, o filho dela também se chama Lucas.
Paralisia Cerebral
Muitas pessoas se aproximam do Lucas para conhecê-lo e saber o que ele tem. Quando respondo que ele teve paralisia cerebral é nítida a mudança na expressão do rosto de algumas dessas pessoas. Aquele rosto curioso e simpático dá lugar a outro espantado e sem graça. Pra quem não tem conhecimento sobre deficiências o termo é mesmo assustador.
Pra começar a esclarecer o assunto é importante dizer que a paralisia cerebral não é uma doença, e sim uma condição especial (deficiência) que, uma vez estabelecida, não progride.
Clinicamente falando, a paralisia cerebral é um distúrbio de movimento e postura causado por um dano ao cérebro na infância. Quando um adulto sofre algum dano ao cérebro, diz-se que ele teve um derrame cerebral e as consequências são diferentes das ocorrentes na criança com paralisia cerebral, pois um cérebro adulto não cresce mais, enquanto que na criança o cérebro ainda não está completamente desenvolvido.
As causas da paralisia cerebral podem ser:
• pré-natais (antes do nascimento) - pré-eclampsia e eclampsia, má formação do cérebro, diabetes, infecções, anemia grave;
• peri-natais (durante o nascimento) - sofrimento fetal, distúrbios circulatórios cerebrais, prematuridade, traumatismos no parto;
• pós-natais (depois do nascimento) - falta de oxigenação, traumatismo craniano, meningite. Há também as de causa desconhecida.
De acordo com o grau da lesão, classifica-se como leve, moderada ou severa. Quanto aos tipos de paralisia cerebral, são basicamente quatro:
• Espástica - movimentação restrita e tônus muscular aumentado que pode atingir um lado do corpo (hemiparesia), membros inferiores (diplegia) ou os quatro membros (quadriplegia);
• Atetósica - tônus muscular instável com trocas bruscas de tônus muscular (hipotonia/ normal/ hipertonia), causando movimentos involuntários e incoordenados que dificultam a movimentação voluntária;
• Atáxica - dificuldade na coordenação dos movimentos, distúrbios de equilíbrio;
• Hipotônica - tônus muscular baixo, falta de controle postural.
As crianças com paralisia cerebral podem apresentar outras de suas funções prejudicadas, tais como distúrbios de aprendizado, deficiência visual (baixa visão, visão subnormal, cegueira e estrabismo), deficiências auditivas, distúrbios da fala e linguagem, epilepsia, dificuldade na alimentação e problemas com a deglutição, dificuldade em controlar a saliva, problemas odontológicos, constipação intestinal, contraturas musculares e problemas ortopédicos. Todos eles podem aparecer isolados ou associados, dependendo do quadro clínico que a criança apresentar.
O tratamento é feito através de atendimento especializado que inclui uma equipe multi-profissional, envolvendo especialidades como pediatria, neuropediatria, ortopedia, fisiatria, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, pscicopedagogia, oftalmologia,...
É natural que os familiares se concentrem na reabilitação da criança e deixem de lado outras atividades. A criança com paralisia cerebral precisa passar por todas as etapas de desenvolvimento de uma criança normal ou, pelo menos, o máximo que conseguir. Se ela tiver restrições de movimento e não conseguir vivenciar sozinha etapas como arrastar-se, pegar objetos e levá-los à boca, cabe a nós (adultos) encorajá-las e auxiliá-las a isso. A exploração é essencial para o desenvolvimento dos sentidos e das idéias sobre o espaço. E a melhor maneira de estimular isso é brincando.
Ainda há muito o que se compreender sobre a paralisia cerebral. Entretanto, é possível afirmar com total certeza que muitas das necessidades das crianças com PC são iguais às das crianças normais. Todas elas precisam do amor e carinho dos familiares e das oportunidades de exploração de seu potencial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário